Energéticos: cientistas ligam bebida a problemas de saúde entre jovens
Estudos encontrou relação entre os produtos e maior risco de quadros psicológicos e cardíacos

Uma nova e ampla revisão de estudos, publicada nesta segunda-feira na revista científica Public Health Journal, aponta uma ligação entre o consumo de bebidas energéticas e um risco aumentado para uma série de problemas de saúde, incluindo psicológicos e cardíacos, entre jovens.
Os achados levaram pesquisadores do Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública da Universidade Teesside e da Universidade de Newcastle, que conduziram a análise, a pedirem que o governo britânico proíba a venda dos produtos para menores de 16 anos, algo permitido tanto no Reino Unido, como no Brasil.
Na revisão, foram incluídos dados de 57 trabalhos, publicados entre janeiro de 2016 e julho de 2022, que envolveram mais de 1,2 milhão de crianças e jovens, de idades entre 9 e 21 anos, provenientes de 21 países.
De forma inédita, a nova revisão encontrou ligações consistentes entre o consumo das bebidas e um risco aumentado para desfechos negativos de saúde mental, como sintomas de ansiedade, estresse, depressão, pânico e pensamentos suicidas.
Além disso, o novo trabalho confirmou outros malefícios já apontados por uma revisão anterior feita pelo mesmo grupo, em 2016, como a possibilidade de se desenvolver problemas cardíacos:
“É por isso que precisamos que o governo do Reino Unido intensifique e cumpra o seu compromisso de 2019 de proibir a venda de bebidas energéticas a menores de 16 anos. Ao fazê-lo, não estaria apenas a seguindo as evidências, mas também seguindo o exemplo de países que já restringiram as vendas às crianças, uma medida apoiada pela maioria do público”, diz. Na Suécia, por exemplo, recentemente os produtos passaram a ser proibidos para menores de idade.
É o que propõe também um Projeto de Lei no Brasil, apresentado ainda em 2015, o PL 455/2015. No país, não há restrições, mas a iniciativa busca proibir o consumo por menores de 18 anos. O texto, no entanto, ainda está em análise em comissões da Câmara dos Deputados, e não foi votado em plenário.